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Chico Rei e os preto-velhos de Congo nas Umbandas.


Conta-se que Chico Rei chegou em Vila Rica em 1740, oriundo do Congo. A região do Congo foi formada no século 14. Hoje, a grosso modo, seria um ponto de interseção entre 3 países a oeste da África central:
Uma parte do norte do Angola; oeste da Republica Democrática do Congo e sul do Congo.
Em Minas - especialmente em Vila Rica - chegaram negros de Angola e Congo nos séculos 18 e 19.
Formação da Umbanda - resumo
A Umbanda organizada por Zélio de Moraes (RJ) em 1908 trazia o símbolo do ex-escravizado 'domesticado 'em sintonia com o espiritismo kardecista.
Porém, houve Umbandas organizadas de outras formas, com fortes influências dos Calundus e da cultura Bantu: congo-angola.
Umbandas mais pretas, de nação, misturadas com o Catolicismo Popular. Alguns chamavam de Umbanda de almas, Umbanda nação, Cabula etc. Tatá Tancredo Pinto (RJ) a enfatizou na década de 50, como Umbanda Omolocô.
Umbanda em MG
Em MG, as Umbandas têm uma forte presença da figura do ex-escravizado e das guardas de Congos e Moçambiques, sendo tbm mais caseiras, pouco diferentes das Umbandas do RJ.
Umbanda e Pretos(as) velhos(as) Africanos (as)
As Umbandas trouxeram em sua composição litúrgica a "linha das almas" ou “povo das almas”. Nessa linha, há manifestação de pretas(os) velhas(as) com sobrenomes de sua origem étnico-geográfica.
Uma vez que muitos(as) negros(as) foram batizados com um nome Português e sobrenome do país de origem: Francisco de Congo, Joaquim de Angola.
A Umbanda manteve isso e/ou enfatizou, apenas, o lugar de origem:
Pai Benguela, Mãe Cabinda, Pai João de São Tomé, Tia Bené de Mina, Vô Rei Congo, Pai José de Moçambique etc.
Chico Rei foi um destes negros de Congo, conforme relatos da oralidade mineira. Alguns Umbandistas creem que há vários "ancestrais" de Congo que manifestam nas linhas das almas com nomes do tipo: Pai Francisco de Congo ou Vô Chico do Congo, Vô rei Congo, Vó Maria Conga...
Uma dessas manifestações possa ser do Chico Rei que passou por Vila Rica. Caso não, mesmo assim, sua memória vive através dos antepassados do Congo.
(Jeffersom R).
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Comentários

  1. Professor, parabéns pelo texto. Ele devia constar dos livros didáticos de nossas escolas, sobreutudo num país e num estado como MG, que ainda mantém"ensino religioso" como matéria. Que se fale então de nossas matrizes! Gratidão!

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